quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Drummond e sua receita

Para 2013:
Receita de Ano Novo
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.




quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Envelhecer

Dezembro de 2012, fim do ano, e para muito o fim do mundo.

Fim do mundo são as barbaridades que ainda aocntecem no nosso mundo, como o trabalho escravo, a concentração de terras e as ameaçãs contra a vida de gente que luta por direitos, e de gente que é pobre, marginalizado.

Bom, mas é que é meu aniversário, e, para continuar sendo essa contradição, confronto minha alma de adolescente com essa música que gosto tanto, e que revela tanto com sua beleza.

Ela me fraz lembrar muita coisa, inclusive do Oscar Niemeyer, que se foi aos 104 anos, perto dos 105 (que faria dia 15 passado)

Para mim, para o Oscar e para o mundo jovem que não vai acabar:

 
Envelhecer (Arnaldo Antunes)
 
Neto - 23

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"Pai Vei" (o solidário mestre da vida)

Nesse mês, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás, faz 90 anos. São decadas de dedicação ao povo sofrido da terra, excluído, abando nado.

Tomás, patriarca da igreja da caminhada, da escola do evangelho, padrinho de Dom Pedro Casaldáliga, é fiel ao projeto de Jesus, de libertação, de vida plena, de construção do Reino aqui.
Dias 8 e 9 passados, nos reunimos, mais de 200 pessoas, no Salão Sebastião Rosa da Paz, no Centro Diocesano Luiz Ório, em Goiás, para celebrar a vida e o trabalho de Tomás. Uma festa! que contou com varios agentes de pastoral, trabalhadores, amigos e admiradores, que nesses 44 anos fizeram parte dessa caminhada. Pedro Csaldáliga esteve, e foi grande a emoção.

Quando esses dois falam (Tomás e Pedro) a gente aprende mesmo.

Todo muindo que estava lá se apresentou e contou algo sobre o bispo. Eu apenas disse: 'Sou o Neto, da CPT, e neto de Dom Tomás'.  De fato, o velho teve e tem grande importância na minha vida. Primeiro que criou a CPT, onde eu atuo, depois, possibilitou tantos conhecimentos dos quais tive acesso e são fundamentais na minha formação. Mas uma atitude de Tomás, muito antes de eu nascer, traçou minha vida.

Meu pai (então com 12 anos) e meus tios ficaram orfãos de pai e mãe, foram a Goiânia tentar a sorte, não deu, voltaram a Goiás e iriam para o 'mundo', aí Tomás os chamou e convidou para trabalhar na Diocese, foi como um anjo! Meu pai trabalhou na Chacara do Bispo, meu tio Bacural foi assessor de Tomás. Juntos fizeram parte do Moviemtno de Tarabalhadores, no final dos anos 70, e lançaram a Oposição Sindical na mesma época. Foram parte das lutas travadas pelo povo trabalhador em Goiás e por dom Tomás.

Eu aprendi a amar Tomás. Meu pai, hoje com 55 anos, fala com brilho nos olhos de Tomás, como quem fala de um pai. Aliás, é de Pai 'Vei' que ele o chama. A vida segue, as pessoas tomam rumos próprios, os desejos e convicções levam a gente... mas pessoas como Tomás ficam cravadas nos corações e nas mentes, porque falam e fazem coisas maravilhosas, disseminam o amor, e constroem o Reino de Deus caminhando com o povo.

Neto, neto.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Faze o que tu queres

Eu (re)vi o Documentário de Walter Carvalho: Raul. O Início, o fim e o meio. Um bom documentário sobre a vida e a obra do genial Raul Seixas.
Raul é foda!
Bom, o que quero contar aqui é, na verdade a história do dia em que esse documentário foi lançado em Goiânia. Estava eu trabalhando quando recebi, já a tarde, um email dizendo que o documentário estrearia na capital naquele dia, no Bouganville, e teria depois um debate. Eu pensei em ir, e liguei para amigos, mas nenhum poderia ir comigo. As 18 horas, saindo do trabalho, decidi ir para o shopping pra ver o filme.
De camisa, com um tênis sujo, e minha mochila, eu cheguei na porta da sala de cinema, e me deparei com um coquetel farto, e alguns cineastas goianos, além gente de universidade (estudantes e professores) e profissionais de cinema. Estavam em um espaço reservado que começava na porta de entrada para as salas de projeção. Me toquei que o acontecimento era para convidados, e que eu não era um convidado.
Quase fui embora, mas decidi perguntar os recepcionistas como fazia para entrar. A moça, simpática, que me antedeu estava com uma lista na mão e perguntou meu nome. Depois que eu disse ela olhou na lista e, claro, meu nome não estava lá. Eu, então, num inside quase desesperado, disse
 - Mas eu fui convidado pelo Lizandro (critico de cinema em Goiás, promotor do evento). Eu só conhecia o Lizandro Nogueira pela TV, nunca tive, até então, nenhum contato com ele, e portanto, não poderia ser seu convidado.
A moça mudou o tom: - Nossa! É convidado do Lizandro! Entre, entre. Um rapaz que também fazia a recepção me entregou um ingresso para, depois do coquetel, entrar pra ver o filme.
Comi e bebi o que deu (bastante). Conversei com todo mundo, inclusive com o diretor Walter Carvalho. Vi o documentário bem feliz e bastante empolgado. Depois vi o debate com produtores do filme e cineastas.
Na saída, fui entrevistado sobre o filme para o Jornal da TV Anhanguera, e quem me entrevistou? O meu amigo Lizandro Nogueira, que me convidou sem saber.
Viva Raul, e a boa intransigência de quem quer fazer o que quer!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Fazer do Zero, muito (II)

'...
Um zero a zero - nulo - não dá pé, nem futuro
Templo sem fé, um muro pra se esconder
...
A dimensão solta do ar
A invenção que existe em mim
Que é você'

Fazer do zero, muito

'...
Luz no céu escuro
Fruto sem pé, maduro
Pra gente comer
...
Mas acontece que o amor
Não tem razão sua raiz
É uma nação sem ser lugar
Não tem noção: o que ele diz?
...'

Extraído do Nando.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

19

Uma noite em setembro
Muita gente passou ali
Horas e horas passaram
Muitos anos entre nós
Mas, nada entre o beijo

Nada entre a vontade
Quero, mas não posso
Posso, e quero mais
Querendo, amando
Amando mais e mais
Estamos aqui

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Levantados do Chão

Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão?
Como em sonho correr numa estrada?
Deslizando no mesmo lugar?
Como em sonho perder a passada
E no oco da Terra tombar?
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão?
Habitar uma lama sem fundo?
Como em cama de pó se deitar?
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar?
Como assim? Levitante colono?
Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?
Que esquisita lavoura! Mas como?
Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?

Chico Buarque de Holanda

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Para minha irmã Dorothy

Dorothy
Teu trabalho é do povo
Teu sangue é da terra
Teu amor é o mesmo
do teu Pai

Dorothy
Tua vida é do povo
Teu sangue é da luta
Teu amor é igual
ao de tua Mãe

Dorothy
Irmã
Não dos opressores
Não dos assassinos
Não dos destruidores

Dorothy
Irmã dos Ameríndios
Fraterna dos sem-terra
Semelhante dos quilombolas
Consanguinea dos indígenas
Confrade das quebradeiras
Igual dos oprimidos

Trabalhadora
Quanto mais espoliam tua honra
Mais resistes, mais reages
Quando mais lesam justiça
Mais gritas
No sangue esparramado na terra
Na voz ecoada do peito dos teus
Na luz que vem do sonho da libertação

Neto

domingo, 12 de agosto de 2012

E o Direito se fez povo - Turma Evandro Lins e Silva

Rompendo as cercas da ignorância, com a ousadia e a teimosia que é caracteristica dos Movimentos Sociais,os camaradas da  a Turma Evandro Lins e Silva, de Direito para assentados e agricultores familiares, acessaram a academia, a levaram a ela toda luta do povo brasileiro, sobretudo do povo do campo. Cresceram eles - os agora baichareis em Direito - a academia, nós, amigos e militantes de movimentos sociais, sindicais e pastorais, e o Brasil, que vê gente oprimida se apropriando do conhecimento jurídico, e o conhecimento juridico liberto das garras de poucos, e partilhado, transformado. Parabéns a Via Campesina, a CONTAG, ao INCRA/PRONERA e a UFG. Tenho a imensa alegria de ter participado de alguma forma nesse caminho, me tornando amigo de vários estudantes, participando de alguns momentos marcantes da Turma, e guardando no coração e na mente passagens tão preciosas. Vila Boa de Goiás, eu, e tantos outros, somos testemunhas dessa grande experiência, e mais, dessa mistura de culturas, personalidades e gostos que encheu de sonhos e conquistas as nossas vidas. Minha reverência especial ao QGM, que é também minha casa, de amigos para toda a vida. Parabéns companheiros e compaheiras. PÁTRIA LIVRE, VENCEREMOS!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Com a alma atarantada

'eu era um homem entendia tudo
...
sou uma criança, não entedo nada'


(do Grande Erasmo, pelos Cachorros Grandes)

Com a alma atarantada

eu era um homem entendia tudo...
...sou uma criança, não entedo nada



(Do grande Erasmo, pelos Cachorros grandes)

sábado, 14 de julho de 2012

Venus Platinada

Ontem foi o 'Dia do Rock', mas rock é de todo dia, e por isso eu posto agora a letra da primeira música que eu fiz de verdade, há anos atrás...

Venus Platinada

'O problema não é meu
Quero que se exploda o mundo inteiro'
A hipocrisia é a maldição
que leva toda ilusão
A gente já não sabe o que esperar
Querem que eu pare de lutar

Parece que tá tudo bem
E mesmo os fortes caem porque não sabem lutar
Até os justos se corrompem
por causa desse falso amor

Me cegaram e deixaram eu escolher
Que vício quero ter quando crescer
Tenho direito de ser escravo
Do que eu bem entender

Não tá nada bem
E eu não tenho tempo pra beber e conversar
Todos caem sem sentir a dor

Tudo se acalma com um pouco de sexo
As drogas da moda
E um programa de televisão
Vamos entrando na roda
E todo dia nasce uma nova religião

Parece que tá tudo bem
Não ta nada bem

Neto (compositor)

domingo, 10 de junho de 2012

'Se o senhor é o Bispo, eu sou o Papa'

para Júlio Saraiva
O motorista do ônibus não entendeu o português enrolado do homenzinho magro, calça de brim surrada, camiseta branca e sandálias de couro. Estacionou o veículo na beira da estrada, para que o homenzinho descesse. E depois partiu. O homenzinho só havia pedido para urinar. O condutor não entendeu e o largou, tarde da noite, na escuridão da estrada.
Este foi um episódio ocorrido com Dom Pedro Casaldáliga, missionário clareteano (da Congregação fundada por Santo Antônio Maria Claret), que havia acabado de ser sagrado bispo da miserável região de São Felix do Araguaia, até hoje conturbada por sangrentas lutas pela disputa da terra. Na época, fins da década de 1970, a situação era pior ainda: os órgãos de repressão do governo militar, instalado no Brasil em 1964, descobriram que ali estava sendo articulada a luta armada para pôr fim à ditadura. Naquela noite, Pedro Casaldáliga pediu abrigo na casa de um camponês, que ainda não o conhecia. Ao dizer que era o bispo, o camponês, antes de lhe dar pousada, sorriu e disse, vendo-o naqueles trajes: "Se o senhor é bispo, eu sou o papa. Mas pode entrar."
Pedro Casaldáliga juntou-se à luta do seu povo simples e massacrado. Escondeu guerrilheiros. Teve sua extradição pedida pelos latifundiários. Recebeu advertências do Vaticano, que fingiu não entender. Foi jurado de morte diversas vezes. Hoje, aposentado, não retornou a Espanha, preferindo continuar no meio de índios e posseiros, mesmo contra a vontade dos seus superiores.
O ritual de sua sagração episcopal foi diferente dos demais. Dispensou todas as pompas.Não deitou no tapete vermelho, mas sim numa esteira de vime, às margens do rio Araguaia. Em lugar da mitra, usou um chapéu de palha de pescadores. Em lugar do cajado episcopal, um par de remos.O anel foi enviado à mãe na Espanha e trocado por uma modesta aliança de casca de coco. Palácio? Como palácio, monsenhor optou por uma choupana idêntica a do povo local. Escreveu um diário, e vários poemas, como este:

A paz inquieta

Dá-nos, Senhor, aquela PAZ inquieta
Que denuncia a PAZ dos cemitérios
E a PAZ dos lucros fartos.
Dá-nos a PAZ que luta pela PAZ!
A PAZ que nos sacode
Com a urgência do Reino.
A PAZ que nos invade,
Com o vento do Espírito,
A rotina e o medo,
O sossego das praias
E a oração de refúgio.
A PAZ das armas rotas
Na derrota das armas.
A PAZ do pão da fome de justiça,
A PAZ da liberdade conquistada,
A PAZ que se faz “nossa”
Sem cercas nem fronteiras,
Que é tanto “Shalom” como “Salam”,
Perdão, retorno, abraço...
Dá-nos a tua PAZ,
Essa PAZ marginal que soletra em Belém
E agoniza na Cruz
E triunfa na Páscoa.
Dá-nos, Senhor, aquela PAZ inquieta,
Que não nos deixa em PAZ!


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Apenas

Eu quero muito, meus dias inteiros de desejos realizados. Sem querer, eu espero muito, do tempo e de mim, das horas que não passaram como deveriam. Eu preciso de muito pouco, para fazer outro muito pouco, que procura mais e mais gente, que junta tudo e transforma, recorda, comtempla, rechaça, brinda e sorri ao final de tudo.

É que eu sou apenas. Meramente um tão somente. Mas não se engane, o que pode parecer pouco, pode ser demais.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Vale a pena a música toda, mas transcrevo aqui o final dela:

'Eu saí da minha terra por ter sina viageira
Com dois meses de viagem eu vivi uma vida inteira
Sai bravo, cheguei manso, macho da mesma maneira
Estrada foi boa mestra, me deu lição verdadeira
Coragem não tá no grito, nem riqueza na gibeira
E os pecados de domingo quem paga é segunda-feira'


Capoeira do Arnaldo - Paulo Vanzolini


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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Libertará

Tende medo somente do medo

De quem mente pra sobreviver
De quem acha melhor não cantar
De quem cala e finge não ver

O papel do profeta é falar

A verdade nos libertará


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sexta-feira, 30 de março de 2012

Sexta a Sexta



1. Valeu, Professor
2. 'Rio, de lado, sem beira'
3. Roque Enrow
4. O sentimento não pode parar
5. Até, Guru do Méier
6. Animal

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quinta-feira, 15 de março de 2012

Antiga carta (atemporal)

"Neto,
[...]
A  verdade é que eu sempre penso coisas pra tentar te dizer e que te façam bem, mas na hora que estamos juntos, muda-se tudo completamente, a espontaneidade toma conta de nós e falo as maiores besteiras, as palavras ou frases pela metade, tão imperfeitas, mas que carregam tanto significado!
Passei a semana toda, pensando em te escrever algo. No meu aniversário você escreveu coisas tão bonitas e me deu um presente tão lindo, que eu fiquei até sem jeito, na verdade, sem ar.
Quase não deu pra ler o arquivo que você me enviou no email, meus olhos estavam completamente embaçados e molhados, só não vou dizer por quê.
Neto, eu também aprendo bastante com você, até mesmo nas conversas mais rápidas que temos como está acontecendo ultimamente!
Talvez seja a falta de tempo, os desencontros ou talvez o problema esteja em mim.
[...]
Vou sempre descascar a laranja pra você, daquele jeito que se descasca mexerica (mesmo tendo que resmungar um pouco), vou sempre te ouvir, sempre prestar atenção aos minúsculos detalhes sem deixar que você perceba; vou sempre abaixar a cabeça ou virar o rosto quando estiver com vergonha, não deixando, mesmo assim, de te ouvir; vou sempre falar, contar meus pensamentos, meus planos, meus medos, minhas idéias, minhas angústias, minhas besteiras, confesso que meus complexos, minhas empolgações, minha vida inteira em suas mãos!
[...]
Teremos ainda muitas conversas e momentos a lembrar! “E até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer!”
Agradeço por estar a meu lado sempre, pelas palavras encorajadoras e encantadoras, mesmo que numa simples frase ou em um texto escrito por você.
Eu sempre fico atenta às músicas que você coloca no perfil, pra imaginar o que você quer dizer com cada letra, mesmo que não sejam românticas, pra tentar assim, saber o que se passa com você naquele momento, desta forma, me sinto mais próxima de ti em pensamento.
Assim como você pediu para que eu perdesse meus medos, peço que você continue essa busca incessante por seus ideais, por aquilo em que acredita e que eu sei, renderá muitos frutos. Peço que orgulhe de si mesmo pelo que você conquistou até hoje. 


[...]
Vou sempre te escutar
Ficar calada se isso for te ajudar
Mas se eu falar algo
Meio assim sem ver
Não me entenda mal
É que eu preciso de você
[...]"

quarta-feira, 7 de março de 2012

Quimera

Aparentemente esta quase tudo bem

No mundo
Na casa
Na mente

As aparências se enganam

Aparentemente está quase tudo normal

Com a fala
Com a palavra
Com o jornal

As aparências me enganam

Aparentemente esta quase tudo certo

Em forma
Em conteúdo
Em método

As aparências esganam


Neto, J.G.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

É claro



Luz que invade a nossa compreensão
Toda raça, toda luta, toda cor e´vida
Iluminai



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Murmúrio


Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

Cecília Meireles





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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Eu me preocuparia mais, no passado, no futuro, no futuro do pretérito. Hoje não.
 
 
 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Para Guilherminho.

Tô me lembrando de umas coisas, irmão:

Me lembro do Gol-a-Gol no quintal; de jogar falta na garagem com a bola de meia; de golzinho na rua da tia Eva; de penalti na Orbeg; de brincar na areia; de ser locutor de rádio e você ter que dar a previsão do tempo, ser entrevistado, e cantar; da adedonha; de fazer carro alegórico; brincar de Banco com a Mila; fazer castelo no fundo de casa; fazer corrida de bicicleta; montar estádios com caixa de sapato; de "A torre de Londres está caindo"; de viajar de caminhão com tio Quitito; do tanque debaixo do pé de manga na rua D'Abadia; das festas de São José na igrejinha; do Quito; do Magruga/Fidel; do seu pé preso na arvore no Seu André; de brincar de lutinha; da quadra de areia no Inter; de tomar banho na Carioca; de te chamar de cabelo e cuia e Tião Macalé (nogeeento, tchan!); de lavar o carro do Jales; de ir pra chácara do Tio Juarez; das reuniões do PT em que você dormia; de rapar a vasilha de bolo...

Tivemos infância, eu tenho você, Guilherminho.

Neto (irmão)