quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Carnaval

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Dura por uns dias
Ou leva uma vida inteira?
Renasce das cinzas
Ou acaba quarta-feira?

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Meu velho Pai

Esses dias meu pai fez 54 anos. Um jovem. Uma aparência física conservada, com os cabelos brancos no bigode entregando os anos escondidos no sorriso.

Meu pai passou por muita coisa. Acumulou, esqueceu, plantou e colheu muito. Uma criança sem mãe, um adolescente sem pai, uma vida desbravada na raça e na coragem. Com caminhos tortuosos, seja pelas ruas da velha Vila Boa, nossa cidade natal, seja pelas estradas de uma luta incessante para manter a vida, e para torna-la abundante, para ele e para muitos.

O velho não se apoderou da academia (ainda) mas desenvolveu capacidades lutando por justiça, direitos e pão.Pão suado e força dobrada, sempre meu pai labutou, e assim continua, sem deixar escapar a utopia, que anda sendo esquecida por muitos, mas não por ele.

Bebendo dos seus livros e discos eu vou me formando, me construindo. Bebendo da sua história, prossigo, caminho com dignidade e amor.

O velho não deixa de sonhar, e o sorriso entrega também essa esperança, esse fervor de quem quer ver a roça plantada, o socialismo em flor, a canção entoada carregada de amor.

Neto (filho)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

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'É a escada do seu velho sonho que vai dar onde sempre começou. É a chave do maior poder que não vale um chiclete que alguém mascou, mascou' Raul.

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Advento e Epifania

Já falei sobre chuva, sobre ganhos e perdas, amor, sentido... Tudo isso mergulha em dezembro, mo meu dezembro.

Quando era criança, esperava dezembro como quem espera o presente de aniversário, aliás, meu aniversário é em dezembro. Mas, mais que presente, eu queria dezembro, pelas férias, pra brincar mais na rua, pra misturar sol e chuva a tarde toda.

O fim do ano é o começo pra mim, da minha vida, dos meus recomeços. É o alívio que se mistura com a esperança. As perspectivas são muitas, não é exatamente um fim, é mais um período, que tem seu clima, sua forma, seu gosto. É o advento e a epifania

Eu vou envelhecendo, determinados parâmetros vão mudando. Fica o sentimento de que devo cumprir tarefas, assumir responsabilidades, encontrar caminhos e fazer acontecer, mas tem também o perigo da burocratização da vida, do fosso da mediocridade, da cegueira. Não posso me desprender do rock, do semba, do sono, da noite, do desenho, da bola. Inevitável crescer, possível evoluir, sem que para isso eu abandone o garoto que espera dezembro para brincar com o tempo.

Se dezembro me aconchega, me emociona, e faz de mim o Neto, eu faço de dezembro o gesto, a música e o José, corpo e alma.

Quando eu era criança, era hoje, e amanhã.

Neto (22/12)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

November Rain


Aquele dia choveu tanto, que eu não pude evitar a noite fria. As noites frias são um encanto.

Na maior parte de novembro faz muito calor, o corpo cansa, a irritação aumenta e a produtividade cai. No entanto, em vários dias do mês chove.Chuvas de primavera, num momento em que o verão está próximo no sul do mundo, que são precedidas por um vento frio, de anunciação.

A noite chove, chove e faz frio. Eu gosto do frio, meu corpo é quente e eu preciso dele, do equilíbrio. Aqui no centro do país faz muito calor, e quando esfria, deve-se usufruir. Um amigo reclama muito do frio e da chuva, mas onde ele mora chove um mês sem parar, e nesse tempo o sol não dá as caras, assim também eu acho que não gostaria, agora, aqui isso não acontece, e o calor do planalto pede chuva.

Sou um admirador dos dias e das pessoas solares, tem um valor grande na vida, mas ao contrário de outros, não tenho medo dos dias cinzentos e noites chuvosas, eles também tem seu valor, sua mística, seu encanto. Escrevo coisas pra mim em tempos assim, coisas boas, gostosas.


Estou na chuva de novembro, pra mergulhar no meu dezembro natalício.

José Gomes Neto.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amor e Pão de Queijo.

Eu sou uma pessoa jovem, que trabalha, estuda, tem compromissos diversos. Carrego ideais comigo, a CPT não é só um trabalho, é uma expressão de luta. Penso em muitas coisas, gosto de música, de poesia, de histórias, de futebol. Gosto do amor e de pão de queijo. Uma pessoa normal pode gostar disso tudo, mas eu não acho que sou normal. É muito bom não ser normal. É bom surpreender as velhas tias ao falar de Jesus socialista, ou os grandes amigos ao tratar de canções dos anos 20. É bom ser sincero. É bom amar as pessoas e os ideais. Amar é uma coisa fantástica, pode as vezes doer, mas é o que de melhor podemos fazer para nós mesmos e para os outros. Eu gosto mais ainda do amor por sua causa, pelo que sinto por você desde que te conheci pelo olhar, no dia de fazer sucos, e quando nos tocamos de corpo e alma. Claro que tem mais coisa sobre mim, claro que tem mais amor pra expressar. Deu vontade de te escrever isso. Te amo.

'Will be both us and you and them together'


terça-feira, 25 de outubro de 2011

'

 




Olha,
Você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana


Ferreira Gullar




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terça-feira, 4 de outubro de 2011

O homem que queria amar

Francisco de Assis não queria ser o melhor homem do mundo, queria ser melhor do que era, enxergar mais do que via. Buscava ser o menos hipócrita possível, e amar o máximo que conseguisse. Francisco decidiu que a radicalidade das ações e dos pensamentos era o caminho para transformar a sociedade, e viu esse caminho no exemplo de Cristo.

Ao se aliar aos pobres, e mais, aos irmão animais e a mãe terra, Francisco de Assis foi além, viu ali uma nova concepção do papel do homem no mundo, não o de dominador, mas de parte integrante dessa grande vida planetária.

O homem que se tornou santo, fundou uma congregação, os frades menores, assim chamados porque deveriam ser os menores entre todos, como eram tratados os pobres e os animais. A Ordem dos Frades Menores, depois chamada de Ordem Franciscana, desvirtuou-se da ideia original de Francisco, em alguns lugares com mais nitidez, em outros não, mas a ordem é uma firme integrante da Igreja Oficial, instituição que desfigurou o exemplo de Cristo, que é rica e poderosa.

As igrejas construíram seu poder de dominação e influencia as custas da palavra de Deus e do Cristo, desfiguram, alteram 'interpretam' a bel prazer, a fim de controlar, manipular, concentrar poder. Cristo lutou justamente contra tudo isso, e a favor da libertação dos oprimidos. A Igreja desfigurou Cristo.

Francisco de Assis retomou a voz esquecida de Cristo, ao falar dos pobres, dos animais, da natureza, ao abrir espaço para uma nova forma de pensar a religião, sem a hierarquia onde Deus está no alto, seguido do homem, da mulher (subordinada a ele) e por fim da natureza (subordinada aos dois). Para Francisco, Deus é amor e presença no meio de nós, e todos estamos em pé de igualdade, convivendo. A troca proposta por ele não é um negócio, mas a reciprocidade natural que deve envolver os corações e mentes: dar e receber, amar e ser amado, compreender e ser compreendido, sendo que devemos dar passos, e ser parte, não apenas questionar ou reivindicar de longe.

Francisco ensina, e muitos dentro da ordem desvirtuada, e, claro, fora dela, nos mais variados espaços, compartilham desses ensinamentos.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

A luz dos olhos meus

Há exatamente um ano, eu passava pela intervenção cirúrgica que me deu uma nova córnea, e a possibilidade de melhorar muito a minha visão. Não era aquela a primeira cirurgia, ainda em 2010, eu havia feito a primeira operação da minha vida, e a segunda, e a terceira... aquela já era a quarta operação num intervalo de seis meses, todas nos olhos, sendo que a terceira foi um transplante que acabou não dando certo.

A cirurgia foi ótima (dentro do que pode ser uma cirurgia) e a córnea transplantada comportou-se muito bem. Iniciava-se, logo depois, uma recuperação adjetivada pela minha médica, Dra. Juliane Paranhos, como fantástica. A rápida acomodação, a ausência de oscilações de grau e de curvatura da córnea e a progressiva melhora da visão foram comemorados a cada revisão, a cada exame.

Os passos que venho dando nesse ano não são apenas clínicos, a melhora da minha visão me ajudou muito a 'enxergar' a minha vida, as minhas relações e meu horizonte de outra maneira. Eu costumo dizer que estou vendo melhor em todos os sentidos. Desde que saí do hospital, ainda vendo pouco (apenas com o olho direito, ainda doente) senti tudo de forma diferente. As visitas, as mãos, as vozes, tudo passou a ter muito mais importância, eu passei a me atentar para detalhes incríveis da vida. E com a melhora da visão, a luz, as cores e os movimentos foram ganhando, além de nitidez, beleza e graça antes não provadas.

Agora eu quero, um ano depois, agradecer. As mãos que fizeram o transplante (todas). A capacitada e corajosa Juliane Paranhos, que domina um tipo arriscado de cirurgia, e me encorajou fazê-la. A minha Mãe, a meu Pai e a meu Irmão, de maiúscula dedicação e amor, e aos outros da minha família, que nunca me deixam só. Aos meus amigos, que me visitaram, que rezaram, que pensaram positivo por mim. A quem teve que morrer para dar a luz aos olhos meus, para me ajudar a ver melhor cores, movimentos, luz e formas, mas mais do que isso, sentido.

Outro transplante, agora no olho direito, virá, mas enxergar melhor em todos os sentidos foi o presente e a responsabilidade que aquela cirurgia e a córnea nova me deram.


Neto.



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eu acabava de nascer

Nunca foi tão precioso como daquela vez. Os recentes sonhos de um homem louco virando uma realidade mais gostosa que os sonhos, algo que não havia experimentado.
A cidade era a mesma, as ruas eram iguais, a noite rodeada de lampadas de mercúrio, tinha o mesmo vento que acompanhava as pedras do calçamento, e o homem era o mesmo - até aquele momento - armado de graças e atirando seu sorriso espalhafatoso.
O que torna aquele momento o exato momento-eternidade é a  dona dos sonhos daquele homem, que na verdade não passava de um garoto. Aquela mulher, com mil canções, cem viagens e uma dezena de línguas, de um balanço delirante e um olhar desbravador, que havia cativado os sonhos do louco, o arrancou do chão naquela noite, e era tudo real, e tão avassalador.
Aquele homem, então, passou a ser um novo ser, passou a ser eu, que nasci daquele amor que brotou na pedra. Eu não deixei de ser louco, de atirar risadas espalhafatosas, mas nesses dois meses minha alegria nunca foi igual. Mesmo com as dores, a alegria, íntima da esperança, me contagiou, me equipou de força, de desejos, de vontades, e envolve o amor que sinto pela mulher que me deu vida, há dois meses.

"E até quem me vê lendo jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei"


Neto, Giuseppe.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Escarlate

Algo tão solar, quase no limite de onde meus pobres olhos conseguiam alcançar. Eu vou além, onde se quase não podia ver, agora posso muito sentir, muito sorrir.




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Parabéns, meu VASCO

Atrasado (aqui no blog) mais ainda em tempo, quero expressar meu sentimento de alegria pelos 113 anos do Clube de Regatas Vasco da Gama.

Meu Vascão é um time pioneiro, que trouxe desde a fundação, no dia 21 de agoste de 1898, na sede da Associação Dramáticos Filhos de Talma, na rua da Saúde - Centro - Rio, um sangue luso-afro-brasileiro, e as portas abertas aos pobres da cidade do Rio que não tinham condições de praticar o remo (primeiro esporte do clube, e o mais popular do Rio de Janeiro no final do século XIX).

O fato de ser a primeira agremiação popular de remo é só o começo da história do clube, chamado pela FIFA de 'Pioneiros de São Januário'. Falando em São Januário, o caldeirão cruzmaltino foi inaugurado em 1927, e na época era o maior da Amárica Latina. Permaneceu como maior do Brasil até a inauguração do Pacaembu, em SP, e foi também o primeiro estádio a usar refletores no país.

O Vasco da Gama, com seu Expresso da Vitória  - dos anos 40 - foi o primeiro clube brasileiro a ganhar um torneio internacional, o Sulamericano dos Campeões, de 48, embrião da Libertadores da América. O Expresso vascaíno é o primeiro grande esquadrão do futebol brasileiro, e inaugurou os hábitos de concentração e preparação física no país. 

Muitos jargões do futebol foram criados na Colina, como o 'bicho', premiação aos jogadores, chamado assim por que era pago com animais mesmo; o 'gol olímpico' nasceu em São Janu, quando um jogador do Vasco fez um gol do escanteio no Wanderes do Uruguai, que tinha jogadores na seleção Uruguaia recém campeã olímpica, no dia do primeiro jogo noturno com refletores da história do Brasil.

São muitas as iniciativas do Vasco que influenciaram o futebol de modo geral, mas uma, sem dúvida, é marcante, não só para o esporte mais para a nação brasileira. O clube foi o primeiro a aceitar jogadores negros no time principal, derrubando assim uma barreira que permitiu a popularização do futebol. O Vasco sofreu muito por causa desta decisão, e foi expulso da liga de futebol pelos rivais cariocas que não aceitavam de modo algum a permanencia de negros no esporte. O Vasco permaneceu na luta venceu essa batalha, o que é um orgulho para os vascaínos. A maior alegria é que os 'camisas negras' venceram, de maneira invicta, vários campeonatos, sobre os rivais racistas.

Esse Gigante conquistou grandes vitórias. como os 4 nacionais (74, 89, 97, 2000), os 23 estaduais e os 5 da liga independente do Rio, o Sulamericano de 48, a Mercosul de 2000, a Libertadores de 98 e o Torneio Mundial de 53, além, claro, do mais recente, a Copa do Brasil. Tantos títulos chegaram pelas mãos de ídolos com Roberto Dinamite, Ypojucan, Vavá, Ademir, Barbosa, Danilo, Eli, Maneca, Friaça, Orlando, Brito, Felipe, Sorato, Acácio, Germano, Mauro Galvão, Juninho Pernambucano, Geovane, Valdir, Belini, Adão, Romário e Edmundo.

É o meu Vasco de tantas glórias, titulos ganhados na raça, no talento de grandes jogadores, com a força e a beleza da torcida show, e uma paixão inexplicável, por que Vasco é Vasco, e o sentimento não pode parar!


CASACA, CASACA, CASACASACASACA, A TURMA É BOA, É MESMO DA FUZARCA, VASCO, VASCO, VASCO!!!

Neto, Zé do Vasco

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Havana

Tudo mais que eu sonhar
Vai ter um pouco de verdade
Meus atos bravos de Mandrake
Minhas vontades tão-sem-fim

Os George Washingtons
Sobrevoam minha cabeça
Mas a vitória já é certa
Isso ninguém nos tira

Eu não sabia que a encontraria
E o Havana aceso é pra comemorar
Os dias que sonhei, com um pouco
De verdade

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mochilão

É só a estrada, minha cara
Sou o caminho que traço
São as escolhas que faço
Quando me deixam fazer

O meu pensamento busca o seu
Sem ter sentido.

Não é nada
Só as escadas que subo 
ou as estreitas passagens 
até as estrelas que alcanço
pelos os balanços da terra 
quando eu vejo miragens

Seu vestido balança a minha cabeça
Suas asas recolhem meu corpo
Assim a viagem não cansa tanto

Nt.

Março

Bebi sem nem uma vontade
Nem de cerveja eu gosto
Nos aviões pessoas ricas
Na marginal as pessoas sem rosto
É mês de março, meu filho, e não agosto

Eu não navego, nem vôo, nem me arrasto
É que tenho prova final já em setembro
Na minha mente a caneta rabisca o fato
É mês de março, meu caro, eu não entendo

Se a polícia é quem mata, quem protege?
Se a cerveja tá quente, quem é que bebe?
Se a camisinha tá curta, quem é que veste?

Ai, ai, o meu corpo fechado é fachada
Ai, ai, eu nem gosto de cerveja gelada
Ai, ai, e eu vou andar por aí pelado 
É mês de março, querida, não há feriado

jgtneto

Abraço forte


Pra eu acordar e pôr no lugar
Céu e terra
Pelo sentido da proximidade
Cara a cara
Só no exato momento-eternidade
Abraço forte



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dezembro

Quando a menina estava descobrindo que ainda não havia descoberto a vida, eu estava lá, tentando, da minha maneira, mostrar a vida a ela. Depois descobri que eu não sabia nada. Ela me fez descobrir a vida, mais que o ato, mais que a meia-luz, muito mais que a mão e o olho.
Quando ela se encontrou com sua dor, eu estava lá, mas parecia que não. Eu não queria encontrar a sua dor, tampouco a minha. Tolice. Encontrei muito mais que a dor, muito mais que o desprezo, que a desgraça. Não foi por isso que deixei de estar lá, saí porque queria respirar, foi um movimetno a favor da minha vida.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um mundo doente

Não há cura para o descaso
Nem resposta aos desaparecidos
Não se vê luz alguma na redoma
Há apenas o carbono equivalente

terça-feira, 26 de julho de 2011

Inesperado... será? Mas estava desatento, ainda bem que não estou cego! E la ragazza, con dolce soriso, lascio me affascinato, come uno bambino contro sole del mattino.









terça-feira, 28 de junho de 2011

Sem sombra de dúvida (Luz)

Mais um ano (e com está, de verdade, você?). Minha cabeça se divide em 'o que foi', 'o que vai' e 'o que vem'. Diante da sociedade que se pretende dinâmica, mas é injustamente morosa e desequilibrada, eu caminho, ora rápido e estúpido demais, ora lento e equivocado demais, mas vendo bem melhor, em todos os sentidos. A córnea nova e a militância que se renova me ajudam a ter mais noção, pelo menos dos meus erros.
Você deveria estar, na divisão da minha cabeça, enquadrada no bloco 'que foi', mas, não sei se por ironia ou se por amor, você é transversal em mim.



'...agora que achei o foco, onde estão teus olhos? sem eles não existo.'


Neto, ...

CPT e Diocese de Goiás celebram 7° Festa da Colheita em homenagem aos primeiros assentamentos do estado.

Mosquito e São João do Bugre completam 25 anos de luta pela reforma agrária em Goiás
Momento de comemorar a colheita e as conquistas, assim foi a 7° Festa da Colheita da Diocese de Goiás, realizada dia 25 de junho no assentamento Mosquito, em Goiás. O Mosquito e o São João do Bugre foram os primeiros assentamentos de reforma agrária do estado de Goiás, e completam 25 anos em 2011,  motivo da realização da Festa.
Desde a manhã do sábado as caravanas chegavam, de ônibus, carro, a pé... o povo foi se reunindo para a partilha do café, leite, pão, bolo e frutas. Na tenda central, instalada na sede do assentamento Mosquito, músicas da luta acolhiam os cerca de 1.500 participantes.
Em seguida, na celebração inicial, ecumênica, partilhou-se a palavra de libertação do “Deus de mãos calejadas... Deus dos pequenos, Cristo trabalhador” O povo de Deus demonstrou a fidelidade ao projeto cristão. Estavam Dom Eugênio, bispo de Goiás, e Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás, que foi e é um  grande motivador da luta e defensor do povo oprimido.
A Festa prosseguiu com um ato político, com a presença da deputada federal Marina Sant’Anna (PT-GO) e do deputado estadual Mauro Rubem (PT), além de representantes da FETAEG, PJR, Via Campesina, CUT, INCRA, PT, e Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Outro destaque foram as apresentações culturais: músicas populares, violeiros e fiandeiras animaram a Festa, inclusive com as músicas entoadas no início da luta dos trabalhadores da Diocese.
À tarde foi entregue o Prêmio Dom Tomás Balduíno a pessoas e entidades da região que se empenham na luta pela reforma agrária, direitos humanos, meio ambiente. Houve também o descerramento da placa e o lançamento do monumento dos 25 anos da conquista dos assentamentos Mosquito e São João do Bugre. A 7ª Festa da Colheita teve ainda a apresentação do Circo Lahetô, com o espetáculo “Goiás no Picadeiro”.
Entidades e pessoas que receberam o Prêmio Dom Tomás Balduíno:
Fórum Goiano de Reforma Agrária e Justiça no Campo
Central Única dos Trabalhadores – Goiás
Movimento Sindical – STR e FETAEG
Maria Toró – in Memorian – CEB’s Goiás
Tião Lobó – CEB’s Itapuranga
Turma de Direito Especial Evandro Lins e Silva UFG/Campus Goiás
Ivo Poleto
Via Campesina
Diocese de Goiás
EFAGO – Escola Família Agrícola de Goiás
O sentimento geral foi de satisfação e alegria em celebrar as conquistas do povo e poder partilhar os frutos da terra e da luta num espaço tão significativo quanto o Mosquito.
 Neto, lutador.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Canudos

Usaram as águas do rio
quem nem arma do medonho
Pra destuir a morada, Terra Santa
do Beato Santo Antônio


Penitentes e contritos
Na sagrada procissão
Pra bandeira de canudos
Nunciar Ressurreição






segunda-feira, 25 de abril de 2011

CANÇÃO DA FOICE E DO FEIXE

Com um calo por anel
monsenhor cortava arroz.
Monsenhor "martelo
e foice?"
Me chamarão subversivo.
E lhes direi: eu o sou.
Por meu povo em luta, vivo.
Com meu Povo em marcha vou.
Tenho fé de guerrilheiro
e amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
sofro e digo o que quero.
Se escandalizo primeiro,
queimei o próprio coração
ao fogo desta Paixão,
cruz de seu mesmo Madeiro.
Incito à subversão
contra o Poder e o Dinheiro.
Quero subverter a Lei
que perverte ao Povo em grei
e ao Governo em carniceiro.
(Meu Pastor
se faz Cordeiro

Servidor se fez meu Rei.)
Creio na Internacional
das frontes alevantadas
da voz de igual a igual
e das mãos enlaçadas...
E chamo a Ordem de mal
e ao Progresso de mentira.
Tenho menos paz que ira.
Tenho mais amor que paz.
...Creio na foice e no feixe
destas espigas caídas:
Creio nesta foice que avança
uma Morte em tantas vidas!
- sob este sol sem disfarce
e na comum Esperança -
tão encurvada e tenaz!

Pedro Casaldáliga

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Saudações a quem tem coragem

Já não basta ver, saber, sentir tanta gente que morre inocentemente pelas mãos de policiais - jagunços fardados - ainda temos que conviver com ameaças proferidas a defensores da vida e da justiça.
Três companheiros vêm sofrendo ameaças por denúnciar, junto de outros, as práticas assassinas do poder repressor do Estado, que pratíca o extermínio de quem, de diversas formas, incomoda o capital, o poder dominante.

Pe Geraldo Labarrère, Dep. Mauro Rubem e Fabio Fazzion se juntam a tantos outros que sofreram ou sofrem pela causa do menor, do excluído.

Tantos morrem sem nome, sem rosto. Antes trabalhadores rurais, hoje jovens de rua. Tantos caíram, em martírio, estes com nomes cravados na história: Jesus, Zumbí, Conselheiro, Guevara, Nativo, Josimo, Margarida, Raimundo, Tião Rosa, Dorothy...

Antes os fazendeiros mandavam seus jagunços 'fazerem o serviço', hoje os fazendeiros tem representantes no congresso, no palácio, no tribunal, que mandam os jagunços fardados exterminarem quem atravessa o caminho. Que segurança pública é essa? Que respeito eles têm a Constiuição e aos Direitos Humanos?

Na angústia que se mistura a esperança, me resta saudar os que foram e os que estão vivos (especialmente os três acima citados) que encaram o poder destruídor, e dizer: somos companheiros, estamos juntos na luta, e juntos venceremos!

José Gomes Neto, militante.

quinta-feira, 31 de março de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

O Dia (1) - ou: Passos rápidos.

Entre a cama e o portão são muitas voltas. Meus passos embriagados de sono se multiplicam até cumprir o ritual matinal e, chaves depois, estou na calçada de casa, de all star, calça jeans, camiseta e óculos. Ando rápido, mesmo se não estou atrasado, é um hábito que carrego comigo desde sempre. Penso rápido também, e as músicas (inumeras) se misturam com as caras e carros das ruas.

Minha busca incessante, todo dia, é pela sombra, sim, porque em Goiânia o Sol assola desde manhãzinha, e eu corro dele.

Chegando na esquina da avenida, vou para o canteiro central, cheio de arvores, grandes, de sombra confortante, que só somem nos cruzamentos, onde os semáforos didáticos controlam os pilotos do cotidiano.

Travo uma disputa interna, conseguir chegar ao trabalho sem ter que parar nos semáforos, contando com a sorte deles estarem fechados aos carros, e com a técnica desenvolvida de controlar os passos até que seja a hora certa de chegar a faixa de pedestre.

Depois de me aproximar da Catedral e atravessar a ultima faixa, cumprindo o trecho mais difícil, me alivio com a glória da vitória, e caminho tranquilamente pela praça, cortando-a rumo a rua posterior, onde chego ao destino, o Edifício Dom Abel.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Meus discos e livros

Raul Seixas, Pedro Casaldáliga
Fagner, Drummond
Legião, Jorge Amado
Pitty, Garcia Marques
Beatles, Saramago
Paralamas, Marx
Victor Jara, Machado de Assis
Elvis, Érico Veríssimo
Titãs, José de Alencar
Dylan, Clarice
Chico, Zola
Cartola, Rosa
Los Hermanos, Lênin
Barão Vermalho, Fernando Pessoa
Arnaldo, Boff
Engenheiros, Galeano
Elis, Ferreira Goulart
Skank, Darcy
Zé Geraldo, Paulo Freire
Nirvana, Castro Alves
Ira, Lima Barreto
Janis, Graciliano
Led Zeppelin, Leminski

..., ...



Tem mais, mas é o que me ataca (fere e salva) nesse(s) momento(s) da vida.

Neto (cantor e leitor)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quando os passos largos não são suficientes...

"Só eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?"

Dois Barcos - Los Hermanos







quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Chão de Utopias

'Eu caminho por lugares, demais, com jeito de quem procura o impossível
Com pessoas que afrontam o imposto pela sombra que atenta
Com saberes que se misturam e se ajudam na lida do absurdo
No semear do intangivel e na colheita das conquistas
Andando pelo quintal de flores que não nasceram ainda
Mas que me trazem recordações das cores que animam
As vezes corro tanto, mas sei que o porvir é minha avenida
Eu caminho pelo chão das utopias, minhas, nossas!'
Neto

Eu acredito nos meus sonhos, nas minhas vontades, se não fosse assim, sabe-se lá como eu seria. Esses  meus sonhos são, sobretudo, construções, que tem como base aquilo em que acredito. O que eu entendo como minhas utopias - de  não ser feliz sozinho, de ver e fazer transformaçãoes favoráveis ao povo (de Reforma Agrária pra frente) de saber viver a liberdade, de reverter placares adversos, poder criar coisas interessantes como comunicador - dependem da minha constância, da minha prática como militante, amigo, profissional, e parte de coletivos, onde se faz junto.

Tratei, desde muito tempo, de abandonar a ideia (sem agudo por causa do acordo ortográfico) de que utopia é aquilo que está muito loge, tão longe que se torna impossível. Não! A coisa está no chão, o ao alcance dos pés,  junto do concreto, da terra, é vida, portanto é real.
Meu caminho é por um chão de utopias.

José Gomes Neto (canhoto).

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011







Morrer?
Isso me acontece dia-a-dia
Célula a célula
Sou passageiro dela
A morte é passageira
De definitivo mesmo, só
Cicatrizes que deixei.
José Gomes Neto (21 anos)




terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Primeiro Post (ou 'E depois do começo o que viver vai começar a ser o fim')

Sempre quis ter um blog, quando a onda era criar blogs eu até fiz um, que não vingou, porque era moda. Agora a onda é Facebook e Twitter, que iclusive eu tenho e gosto, mas a vontade de ter blog ainda me persegue, ou perseguia até a criação deste.

Amigos meus tem blog, e eu sempre leio o que eles escrevem e várias vezes deixo comentários, leio muitos outros também, sobre política, futebol, religião, música (ah, a música), etc. Acho interessante viajar naquilo que os outros dizem, poder me envolver com o que está ali, compreender - ou não - os pensamentos daqueles que escrevem. Os blogs são espaços grandes, coisa rara nos sites da moda, e eu me sinto atraído or isso.

Não devo escrever aqui artigos gigantes, não. O Neto Público é pra eu dizer coisas diversas, minhas, nossas. Vão aparecer aqui as pessoas que eu gosto, o Vasco, meus pensamentos, a Comuna, os Movimentos Sociais, a CPT, meu coração, minha cabeça, meus olhos...

É público, pode ver.

José Gomes Neto (1,85m)