segunda-feira, 23 de junho de 2014

Dom Tomás, lutar não foi em vão

No dia 02 de maio de 2014 fez sua Páscoa Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e co-fundador da CPT e do CIMI.

Dom Tomás, Paulo Balduíno de Souza Décio, nasceu em 31 de dezembro de 1922 em Posse, Goiás. Tornou-se padre em 1948, na frança, e bispo em 1965, quando estava em missão em Conceição do Araguaia, Pará. Em 1967 foi nomeado Bispo da Diocese de Goiás.

Dom Tomás foi mais que um bispo católico, foi Mestre e Profeta da libertação.

Mestre, que chegou a Diocese de Goiás e propôs um novo jeito de ser Igreja. Um caminho novo, que quis construir junto do povo, de maneira colegiada e fiel ao Evangelho, colocando em prática as luzes do Vaticano II. Ensinou-nos a caminhar. Pôs-se a escutar, dialogar e sentir. Preocupou-se formar pessoas não apenas para igrejas, mas para a Vida. Agentes de pastoral, militantes, animadores... Gente que foi para o mundo, ser semente de boas transformações.

Profeta de presença marcante junto aos pobres da terra, indígenas e camponeses, demonstrando a estes amor e compromisso. Foi ousado quando, em plena ditadura, criou organismos da CNBB dedicados aos invisíveis, empobrecidos, subversivos. Com sua voz potente, dizia ‘Direitos Humanos não se pede de joelhos, exige-se de pé’. Denunciou injustiças, anunciou a Palavra da Libertação.

Em seu velório, o que se viu foi rituais indígenas, bandeiras de luta, alimentos, povo! Por isso fica a certeza dos frutos, das arvores, raízes e de mais e mais sementes lançadas, indicando o óbvio: sua luta não foi em vão e continua, com todos nós. ELE ESTÁ PRESENTE!