terça-feira, 25 de outubro de 2011

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Olha,
Você é tão bonita quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a Revolução Cubana


Ferreira Gullar




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terça-feira, 4 de outubro de 2011

O homem que queria amar

Francisco de Assis não queria ser o melhor homem do mundo, queria ser melhor do que era, enxergar mais do que via. Buscava ser o menos hipócrita possível, e amar o máximo que conseguisse. Francisco decidiu que a radicalidade das ações e dos pensamentos era o caminho para transformar a sociedade, e viu esse caminho no exemplo de Cristo.

Ao se aliar aos pobres, e mais, aos irmão animais e a mãe terra, Francisco de Assis foi além, viu ali uma nova concepção do papel do homem no mundo, não o de dominador, mas de parte integrante dessa grande vida planetária.

O homem que se tornou santo, fundou uma congregação, os frades menores, assim chamados porque deveriam ser os menores entre todos, como eram tratados os pobres e os animais. A Ordem dos Frades Menores, depois chamada de Ordem Franciscana, desvirtuou-se da ideia original de Francisco, em alguns lugares com mais nitidez, em outros não, mas a ordem é uma firme integrante da Igreja Oficial, instituição que desfigurou o exemplo de Cristo, que é rica e poderosa.

As igrejas construíram seu poder de dominação e influencia as custas da palavra de Deus e do Cristo, desfiguram, alteram 'interpretam' a bel prazer, a fim de controlar, manipular, concentrar poder. Cristo lutou justamente contra tudo isso, e a favor da libertação dos oprimidos. A Igreja desfigurou Cristo.

Francisco de Assis retomou a voz esquecida de Cristo, ao falar dos pobres, dos animais, da natureza, ao abrir espaço para uma nova forma de pensar a religião, sem a hierarquia onde Deus está no alto, seguido do homem, da mulher (subordinada a ele) e por fim da natureza (subordinada aos dois). Para Francisco, Deus é amor e presença no meio de nós, e todos estamos em pé de igualdade, convivendo. A troca proposta por ele não é um negócio, mas a reciprocidade natural que deve envolver os corações e mentes: dar e receber, amar e ser amado, compreender e ser compreendido, sendo que devemos dar passos, e ser parte, não apenas questionar ou reivindicar de longe.

Francisco ensina, e muitos dentro da ordem desvirtuada, e, claro, fora dela, nos mais variados espaços, compartilham desses ensinamentos.