quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Meu velho Pai

Esses dias meu pai fez 54 anos. Um jovem. Uma aparência física conservada, com os cabelos brancos no bigode entregando os anos escondidos no sorriso.

Meu pai passou por muita coisa. Acumulou, esqueceu, plantou e colheu muito. Uma criança sem mãe, um adolescente sem pai, uma vida desbravada na raça e na coragem. Com caminhos tortuosos, seja pelas ruas da velha Vila Boa, nossa cidade natal, seja pelas estradas de uma luta incessante para manter a vida, e para torna-la abundante, para ele e para muitos.

O velho não se apoderou da academia (ainda) mas desenvolveu capacidades lutando por justiça, direitos e pão.Pão suado e força dobrada, sempre meu pai labutou, e assim continua, sem deixar escapar a utopia, que anda sendo esquecida por muitos, mas não por ele.

Bebendo dos seus livros e discos eu vou me formando, me construindo. Bebendo da sua história, prossigo, caminho com dignidade e amor.

O velho não deixa de sonhar, e o sorriso entrega também essa esperança, esse fervor de quem quer ver a roça plantada, o socialismo em flor, a canção entoada carregada de amor.

Neto (filho)

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