quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Advento e Epifania

Já falei sobre chuva, sobre ganhos e perdas, amor, sentido... Tudo isso mergulha em dezembro, mo meu dezembro.

Quando era criança, esperava dezembro como quem espera o presente de aniversário, aliás, meu aniversário é em dezembro. Mas, mais que presente, eu queria dezembro, pelas férias, pra brincar mais na rua, pra misturar sol e chuva a tarde toda.

O fim do ano é o começo pra mim, da minha vida, dos meus recomeços. É o alívio que se mistura com a esperança. As perspectivas são muitas, não é exatamente um fim, é mais um período, que tem seu clima, sua forma, seu gosto. É o advento e a epifania

Eu vou envelhecendo, determinados parâmetros vão mudando. Fica o sentimento de que devo cumprir tarefas, assumir responsabilidades, encontrar caminhos e fazer acontecer, mas tem também o perigo da burocratização da vida, do fosso da mediocridade, da cegueira. Não posso me desprender do rock, do semba, do sono, da noite, do desenho, da bola. Inevitável crescer, possível evoluir, sem que para isso eu abandone o garoto que espera dezembro para brincar com o tempo.

Se dezembro me aconchega, me emociona, e faz de mim o Neto, eu faço de dezembro o gesto, a música e o José, corpo e alma.

Quando eu era criança, era hoje, e amanhã.

Neto (22/12)

Nenhum comentário:

Postar um comentário