Num dos vários escritos de Pedro
Casaldáliga, uma passagem me prendeu desde a primeira leitura. Na verdade é um versículo,
em poucas palavras, contido no livro “Testemunhas do Reino” que assim diz:
Ao final do caminho me dirão: - E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer
nada, abrirei o coração cheio de nomes
Dentre tantas reflexões,
inspirações, profecias e ensinamentos que dom Pedro Casaldáliga nos oferece com
amor de irmão, e que incide sobre nossas vidas, nossas missões, nossa luta,
esta me apareceu como assinatura de uma vida. Não é uma previsão, é a
constatação de que esta vida está unida a tantas outras, e tudo que foi feito
até agora em comunhão com quem se ama, vale a pena, é o amor.
Também vejo aí não a serenidade
daquele que teve certeza do que fez, mas a vivacidade de quem sebe o que tem
que fazer, a coerência do caminhante fiel. Tudo pode mudar, o futuro é incerto,
mas o amor, a luta e a necessidade de amar e lutar em coletivo, de mãos dadas,
essa é uma certeza.
Tropecei muito já, e tropeçarei.
Tenho muito que fazer, e sei que, assim como Pedro, só serei vivente com outras
vidas junto da minha, entrelaçadas. Meu coração, que um dia abrirei, tem sim
muitos nomes, muitos testemunhos que certificarão uma coisa: sempre vale a pena.
Neto, descalço sobre as pedras.
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