sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eu acabava de nascer

Nunca foi tão precioso como daquela vez. Os recentes sonhos de um homem louco virando uma realidade mais gostosa que os sonhos, algo que não havia experimentado.
A cidade era a mesma, as ruas eram iguais, a noite rodeada de lampadas de mercúrio, tinha o mesmo vento que acompanhava as pedras do calçamento, e o homem era o mesmo - até aquele momento - armado de graças e atirando seu sorriso espalhafatoso.
O que torna aquele momento o exato momento-eternidade é a  dona dos sonhos daquele homem, que na verdade não passava de um garoto. Aquela mulher, com mil canções, cem viagens e uma dezena de línguas, de um balanço delirante e um olhar desbravador, que havia cativado os sonhos do louco, o arrancou do chão naquela noite, e era tudo real, e tão avassalador.
Aquele homem, então, passou a ser um novo ser, passou a ser eu, que nasci daquele amor que brotou na pedra. Eu não deixei de ser louco, de atirar risadas espalhafatosas, mas nesses dois meses minha alegria nunca foi igual. Mesmo com as dores, a alegria, íntima da esperança, me contagiou, me equipou de força, de desejos, de vontades, e envolve o amor que sinto pela mulher que me deu vida, há dois meses.

"E até quem me vê lendo jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei"


Neto, Giuseppe.

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