segunda-feira, 28 de março de 2011

O Dia (1) - ou: Passos rápidos.

Entre a cama e o portão são muitas voltas. Meus passos embriagados de sono se multiplicam até cumprir o ritual matinal e, chaves depois, estou na calçada de casa, de all star, calça jeans, camiseta e óculos. Ando rápido, mesmo se não estou atrasado, é um hábito que carrego comigo desde sempre. Penso rápido também, e as músicas (inumeras) se misturam com as caras e carros das ruas.

Minha busca incessante, todo dia, é pela sombra, sim, porque em Goiânia o Sol assola desde manhãzinha, e eu corro dele.

Chegando na esquina da avenida, vou para o canteiro central, cheio de arvores, grandes, de sombra confortante, que só somem nos cruzamentos, onde os semáforos didáticos controlam os pilotos do cotidiano.

Travo uma disputa interna, conseguir chegar ao trabalho sem ter que parar nos semáforos, contando com a sorte deles estarem fechados aos carros, e com a técnica desenvolvida de controlar os passos até que seja a hora certa de chegar a faixa de pedestre.

Depois de me aproximar da Catedral e atravessar a ultima faixa, cumprindo o trecho mais difícil, me alivio com a glória da vitória, e caminho tranquilamente pela praça, cortando-a rumo a rua posterior, onde chego ao destino, o Edifício Dom Abel.

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